23 de abr. de 2013

Desvendando a aderência das lagartixas

Lagartixa tokay (Gecko gecko) agarrada a uma folha. (Fonte: PNAS)

As lagartixas possuem a habilidade de escalar superfícies lisas, porém, uma característica da adesão destes animais continua a encucar os pesquisadores: apesar do fato de muitos destes lagartos viverem nos trópicos, onde as chuvas são constantes, as lagartixas aderem mal ao vidro molhado. Para melhor compreender o 'funcionamento' das lagartixas em seu ambiente natural, Alyssa Stark e outros pesquisadores da Universidade de Akron, em Ohio, EUA, mediram a capacidade de aderência das lagartixas em várias superfícies em condições secas e molhadas.
Para realizar o projeto, os pesquisadores colocaram uma espécies de arreio em seis lagartixas. Quando o lagarto se movia por uma superfície, uma força era aplicada na direção oposta, até que o animal escorregasse, o que permitiu medir a força adesiva de cada lagartixa individualmente.
Os pesquisadores descobriram que o efeito da umidade na força adesiva era uma função da hidrofobicidade (capacidade de repelir água) da superfície, em conformidade com um modelo de adesão termodinâmico. Ou seja, o estudo mostrou que a capacidade de aderência das lagartixas em superfícies secas é maior do que em superfícies molhadas. Em superfícies hidrofóbicas molhadas, similares às das folhas cerosas das plantas tropicais, as regiões de contato com pés das lagartixas permanecem secos e a adesão total não é afetada pela presença de água.
Os cientistas também testaram a adesão deste animais em outros materiais, como o politetrafluoretileno, ou simplesmente Teflon e descobriram que, neste caso, ocorre o contrário: os lagartos se aderem até 5 vezes melhor no Teflon molhado do que seco. O que indica que fatores adicionais, tais como fricção e rugosidade da superfície, desempenham um importante papel na capacidade de adesão destes animais.

O estudo foi publicado no dia 16 deste mês no Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), volume 110, número 16.


Fonte: PNAS

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